sábado, 29 de novembro de 2008

OS CÉLEBRES DESCULPISMOS DO "SÓ UM POUQUINHO!" "HOJE SÓ!"


"O vinho é escarnecedor e a bebida forte alvoroçadora; e todo aquele que neles errar nunca será sábio.(1)"




A questão da ingestão de alcoólicos é uma preocupação antiga . No Evangelho de Lucas lemos que "Ele [João Batista] será grande diante do Senhor, e não beberá vinho, nem bebida forte."(2)

O alcoolismo é um dos mais sérios problemas médico-sociais do mundo contemporâneo. Os especialistas se esforçam em buscar as matrizes cáusicas da questão , e dentre muitos outros fatores, destacam a gigantesca influência da propaganda bem produzida, veiculadas pela mídia, especialmente na televisão. As mensagens são fortíssimos apelos para a ingestão da bebida, que ficam impregnadas no subconsciente de telespectador desatento aos preceitos do equilíbrio.

Lembra Victor Hugo "no estado de alcoolismo faz-se muito difícil a recomposição do paciente, dele exigindo um esforço muito grande para a recuperação da sanidade. A obsessão, através do alcoolismo, é mais generalizada do que parece. Num contexto social permissivo, o vício da ingestão de alcoólicos torna-se expressão de "status", atestando a decadência de um período histórico que passa lento e doído."(3)

Conforme registra "Mundo Espírita" a propósito da alcoolomania no meio espírita há certos "líderes" espíritas que costumam justificar suas tragadinhas na vil taça com "infundados argumentos, como: todo mundo bebe; uns pouco goles não fazem mal; só bebo em ocasiões sociais; (...) beber moderadamente é até bom para a saúde..."(4)

Apesar dos danos que o Álcool provoca da estrutura fisiopsicossomática, existem aqueles especialistas" que alegam que o corpo físico necessita de pequenas quantidades dele. Ledo engano! isso é veementemente contestado pelos Drs. Edgar Berger e Oldmar Beskow, no livro intitulado: ESCRAVOS DO SÉCULO XX.

O alcoolista não é somente um destruidor de si mesmo, é também um veículo das trevas, ponte viva para as pontes arrasadoras do mal. Joanna de Ângelis nos ensina que a "pretexto de comemorações, festas e decisões, não nos comprometamos com o hábito da bebida. O oceano é constituído de gotículas, e as praias, de inumeráveis grãos. Libertemo-nos do chavão "HOJE SÓ", e quando impelidos a comprometimentos nocivos, não encampemos o célebre desculpismo "SÓ UM POUQUINHO", porquanto uma picada que injeta veneno letal, não obstante em pequena dose, produz morte imediata."(5) (grifos nossos)

A retórica permissiva do "inofensivo" drinque deve ser enterrada e jamais, sob nenhuma alegação, deveria ser exumada. Posto que tudo começa com o primeiro gole, depois vem a necessidade do segundo, do terceiro e assim por diante. Ainda sobre o editorial de "Mundo Espírita" se o espírita "conhece e faz-se de desentendido, é irresponsável que sofrerá as consequências da omissão em sua consciência profunda."(6)

Para o psicanalista Luis Alberto Pinheiro de Freitas, autor de "Adolescência, família e drogas" (Editora Mauad), a liberalidade de muitas famílias com o álcool é um dos maiores problemas para a prevenção:- Há o mito de que a maconha leva os jovens a outras drogas. Mas é o álcool que faz esse papel. E a própria família incentiva o consumo. Tenho pacientes que começaram a beber quando o pai, orgulhoso do filho que virava homem, os chamava para drinques. (7)

Os índices cresceram de 25% a 30% nos últimos cinco anos, segundo o psiquiatra Frederico Vasconcelos(8) "pesquisa sobre consumo de álcool entre jovens, pelo Centro Brasileiro de Informação sobre Drogas Psicotrópicas (Cebride), da Unifesp. Para ele os jovens de hoje têm muitas dificuldades com limites e a faixa etária do abuso de álcool diminuiu. Há dez anos, o alcoólatra de 40 anos começava a beber aos 17 ou 18 anos. Hoje, aos 12 ou 13. Isso significa que, daqui a dez anos, teremos alcoólatras graves de apenas 35 anos, no auge da vida produtiva.

Vasconcelos atesta que o "álcool gera uma doença de longa evolução (dez anos em média) e o abuso entre jovens os leva a drogas maiores: - Uma delas é o ecstasy, encontrado em dois tipos de pastilha: a MAP( meta-anfetamina) e a MDMA (metil-dietil- MA), esta com propriedades alucinógenas e ambas vendidas a R$ 50 cada, nas boates da Zona Sul e da Barra da Tijuca. O adolescente se expõe hoje muito mais ao álcool. Está se formando uma geração de dependência de álcool. Além dos riscos à saúde, há os perigos de dirigir embriagado, da violência e de traumatismos decorrentes do abuso de álcool."(9)

Lamentavelmente, em nosso País se consome cerca de dois bilhões de litros de pinga e mais de cinco bilhões de litros de cerveja por ano. Segundo o Dr. Josimar França, membro da Faculdade da Ciência e Saúde da UnB (Universidade de Brasília), no Distrito Federal existem mais de cem mil alcoolistas e boa porcentagem desse universo é constituído de jovens com menos de 17 anos de idade. Josimar atesta que o alcoolismo é o mais importante problema de saúde pública no Brasil.

Retornando ao "Mundo Espírita" é muito bem ressaltado que "o espírita equivocado [esquece] de que nem tudo o que é comum na sociedade é normal, aconselhável. Para esse, há uma Doutrina dos Espíritos para o discurso de conveniência e outra doutrina para sua prática pessoal [espiritismo particular]. É adepto da aberração: Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço."(10)

Ante o desculpismo que procura arrazoar o hábito de beber ouçamos uma lenda que um dia vi num calendário com frases e pensamentos orientais:

Um homem chega ao líder de sua religião, que proíbe a bebida e indaga:
- Grande mestre, as uvas são proibidas?
- Não.
- E o suco de uva é contra a nossa religião?
- Absolutamente.
- E se as uvas fermentarem na água seremos culpados?
- De jeito nenhum.
- Pois ao fermentar, elas produzem o vinho. Por que é pecado então bebê-lo?
- Bem, respondeu o Grande mestre, - se eu lhe atirar um punhado de terra à cabeça, não lhe farei mal algum!.
- Claro!
- Se lhe jogar água misturada com terra, também não o ferirei!..
- Certo!
- Mas se eu pegar nesse punhado de terra misturado com água e o meter no forno para cozimento, transformando-o num tijolo e o atirar na sua cabeça que será que pode acontecer ?....
Todos os círculos da existência, para se adaptarem aos processos da educação, necessitam do esforço continuado (disciplina), porque todas as conquistas do espírito se efetuam na base de lições recapituladas. Hahnemann ensina que "homem não se conserva vicioso senão porque quer permanecer vicioso; aquele que queira corrigir-se sempre o pode. De outro modo, não existiria para o homem a lei do progresso."(11)

Jorge Hessen. (14.05.05)
E-Mail: jorgehessen@gmail.com
Site: http://jorgehessen.net

FONTES:
1- Provérbio de Salomão cap 20:1
2- Lucas 1:15 e 7:33
3- Franco, Divaldo Pereira. Calvário de Libertação - ditado pelo Espírito VICTOR HUGO , 1a. Ed. ALVORADA, 1979
4- Jornal Mundo Espírita da Federação Espírita do Paraná, julho/2002, pg.03- Editorial.
5- Franco, Divaldo Pereira. Estudos Espíritas, ditado pelo Espírito Joanna de Angelis 1a. Ed. Ed FEB, RJ: 1983
6- Cf. Jornal Mundo Espírita da Federação Espírita do Paraná, julho/2002, pg.03- Editorial
7- Revista "Época" de 29 de julho de 2002, (Marcia Cezimbra, jornal O Globo)
8- Frederico Vasconcelos, psiquiatra, coordenador da Aldeia Clínica e homenageado pelo presidente Fernando Henrique no mês passado, juntamente com a autora Glória Perez, por seus trabalhos de prevenção às drogas.
9- Revista "Época" de 29 de julho de 2002, (Marcia Cezimbra, jornal O Globo)
10- Cf. Jornal Mundo Espírita da Federação Espírita do Paraná, julho/2002, pg.03- Editorial
11- Kardec, Allan, Evangelho Segundo o o Espiritismo, mensagem de Sammuel Hahnemann, Cap 9 Ed. FEB, RJ 2000.

DOIS TIPOS DE PESSOAS


Existem na vida dois tipos de pessoas. As que esperam tudo acontecer e as que fazem acontecer.

Para aquelas que fazem acontecer, existe uma estratégia interessante para se conquistar a serenidade, a paz consciêncial: o uso racional da versatilidade, acompanhada do comprometimento.

O uso em larga escala da versatilidade é, na verdade, a maneira mais fácil e tranqüila que temos para ultrapassar as barreiras e os limites impostos pela vida.

Já o comprometimento é um instrumento poderoso na construção do nosso destino, dando a ele um sentido lógico e uma definição bem clara dos nossos objetivos.

A partir de hoje, mentalizemos estas duas palavras mágicas e veremos que o mundo a nossa frente é uma maravilha, mesmo diante de tantas dificuldades a serem ultrapassadas. Ao invez de emitirmos reclamações, procuremos, apresentemos soluções. Assim agindo, canalizaremos nossas energias em positividades porque não mais perderemos tempo com mesquinharias, alegações infrutíferas preocupações, na maioria, infundadas. Façamos isso e sejamos leves e felizes.
EssenciaDeAmor.
29/11/2008 às 4:35 hs madrugada que escreve.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

ÁRVORES GENEROSAS


A gratidão é uma rara virtude. É comum as pessoas guardarem mágoas por muitos anos de coisas desagradáveis que vivenciaram.
Mas se esquecem, com rapidez, das dádivas que lhes foram ofertadas, ao longo da vida.
Isso nos recorda de uma história simples e fantasiosa, que chegou a ser tema de um filme de curta-metragem, chamado A árvore generosa.
É a história de uma árvore que se apaixona por um garoto.
Moleque, ele se balançava nos seus galhos. Colocou um balanço e imaginava voar, balançando-se sempre mais alto, mais alto.
Subia nela, até o topo, para ver à distância, imaginando que a árvore era um navio e ele estava em alto mar, à busca de terras a serem descobertas.
Na temporada das frutas, ele se servia das maçãs, deliciando-se com elas.
Cansado, dormia à sua sombra. Eram dias felizes e sem preocupações. A árvore gostava muito dessa época.
O menino cresceu e se tornou um rapaz. Agora, por mais que a árvore o convidasse para brincar, ele não ouvia.
Seu interesse era angariar dinheiro, muito dinheiro. A árvore generosa lhe disse, um dia:
Apanhe minhas maçãs e as venda.
O jovem aceitou a sugestão e a árvore ficou feliz.
Por um largo tempo, ela não o viu. Ele se transferiu para outros lugares, viajou, angariou fama e fortuna.
Quando ela o viu, outra vez, sorriu, feliz e o convidou para brincar.
Contudo, ele agora era um homem maduro. Estava cansado do mundo. Preocupações lhe enrugavam a testa.
Tantos eram os problemas que nem ouviu o coração da árvore bater mais forte quando ele se encostou, de corpo inteiro, à sua sombra, para pensar.
Queria sumir, desaparecer, desejando em verdade fugir dos problemas.
A árvore generosa lhe sussurrou aos ouvidos e agora ele ouviu:
Derrube-me ao chão, pegue meu tronco e faça um barco para você. Faça uma viagem, navegando nele.
Ele aceitou a sugestão e a árvore tornou a se sentir feliz.
Muitos anos se passaram. Verões de intenso calor, primaveras de flores, invernos de ventos e noites solitárias.
Finalmente, o homem retornou. Estava velho e cansado demais para brincar, para sair em busca de riqueza ou para navegar pelos mares.
A árvore lhe sugeriu:
Amigo, fui cortada, já não tenho sombra. Sou somente um toco. Que tal sentar e descansar?
O velho aceitou a sugestão e a árvore ficou feliz.
* * *
Fazendo uma retrospectiva de nossas vidas, comparando-as com a da árvore e do menino, é possível que nos identifiquemos em alguns pontos.
Quantas árvores generosas tivemos na vida? Quantas nos deram parte delas para que crescêssemos e pudéssemos alcançar nossos objetivos?
Quantas árvores generosas nos sustentaram nas horas difíceis, alimentando-nos com seus recursos?
Foram muitas, muitas mesmo.
Se as fôssemos enumerar todas, talvez não coubessem seus nomes em uma só folha de papel: pais, amigos, irmãos, vizinhos, colegas.
Por isso, essa é uma homenagem de gratidão a todas as árvores generosas dos nossos caminhos. A todos os que foram sustento, abrigo, aconchego, fortaleza.
Obrigado, amigos. Obrigado, Senhor da Vida.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. Reflexões de Charles R. Swindoll, do livro Histórias para o coração, de Alice Gray, ed. United Press. Em 27.11.2008.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

TEMAS PARA ESTUDO DEZEMBRO 2008


HORÁRIO DE BRASÍLIA: SEGUNDAS e TERÇAS FEIRA: PRECES E ESTUDOS, de 21:00 horas às 23:00 horas. QUARTAS, QUINTAS e SEXTAS, PRECES E MENSAGENS PARA REFLEXÕES de 21:00 horas às 21:30 horas.


HORÁRIO MATUTINO: de SEGUNDAS AS SEXTAS-FEIRA: PRECES E MENSAGENS PARA REFLEXÕES de 9:00 horas às 9:30 horas.

EQUIPE CULTIVADORES DA PAZ E SEPA

"Amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo"

CaminheiroDaPaz, Dualba, EssenciaDeAmor, Esperanto, Lenir, Márcia, Oberdhan e Samuel.

TEMAS SEPA - EXPOSITORES MÊS DE DEZEMBRO 2008

01 SEGUNDA - ESE, capítulo IX – Bem-Aventurados os Brandos e Pacíficos. A afabilidade e a doçura. (Instruções Dos Espíritos).Ítem 6. Expositora: EssenciaDeAmor

02 TERÇA – SISTEMAS DE INTERPRETAÇÃO DOS FENÔMENOS ESPÍRITAS. Fontes: L.E. Introdução – VII,L.E. Conclusão – IX, L.M. Dos Sistemas – 1ª parte, Cap. IV, 36 a 51. Expositor: Oberdhan.

08 SEGUNDA – ESE, capítulo IX – Bem-Aventurados os Brandos e Pacifícos
Item 7: A paciência. Expositora: EssenciaDeAmor.

09 TERÇA – A Automotivação e a Vontade para Desenvolver a Saúde. Fonte bibliográfica: "Saúde Espiritual", de Alírio de Cerqueira Filho. Expositor: Esperanto.

15 SEGUNDA - ESE, capítulo IX – Bem-Aventurados os Brandos e Pacíficos. Item 8: Obdiência e Resignação. Expositora: EssenciaDeAmor

16 TERÇA - CARACTERÍSTICAS DO ESTUDO DO ESPIRITISMO. Fontes:L.E. Introdução VIII,L.M. Do Método – 1ª parte, cap. III, 18 a 35,L.M. Dissertações Espíritas - 2,1 parte, cap. XXXI, itens XVI, XX, XXI ,XXII, XXIV, XXVI e XXVII
L.M. Das Reuniões em Geral - 21 parte, cap. XXIX, 324 a 333
L.M. Das Sociedades Propriamente Ditas – 2ª parte, cap. XXIX, 334 a 347, E.S.E. Reuniões Espíritas - Cap. XXVIII, 4 e 5. Expositor: Oberdhan.

22 SEGUNDA – ESE, capítulo IX – Bem-Aventurados os Brandos e Pacíficos. Item 9: A Cólera I. Expositor: OBERDHAN.

23 TERÇA - Relizando Ações Para Desenvolver a Saúde. Fonte bibliográfica: "Saúde Espiritual", de Alírio de Cerqueira Filho. Expositor: Esperanto.

29 SENGUNDA - ESE, capítulo IX – Bem-Aventurados os Brandos e pacíficos.Item 10: A Cólera II. Expositor: Oberdhan.

30 TERÇA- CONTRIBUIÇÃO DO ESPIRITISMO AO PROGRESSO DA HUMANIDADE. Fontes: L.E. Influência do Espiritismo no Progresso - Q. 798 a 802,L.E. Conclusão IV, L.M. Dissertações Espíritas – 2ª parte, Cap. XXXI, itens 1 a V,E.S.E. Os Bons Espíritas - Cap. XVII, 4, E.S.E. Parábola do Semeador - Cap. XVII, 5 e 6,O.P. Sobre as artes em geral - A Regeneração delas por meio do Espiritismo – 1ª parte, O.P. Música Espírita – 1ª parte,O.P. As Aristocracias – 1ª' parte. Expositor: Oberdhan.

Pela prece obtém o homem o concurso dos bons Espíritos que acorrem a sustentá-lo em suas boas resoluções e a lhe inspirar idéias sãs”. (Joanna de Angelis – Florações Evangélicas – pág. 191)

Somos semeadores conscientes, espalhamos diariamente milhões de sementes ao nosso redor. Que possamos escolher sempre as melhores, para que, ao recebermos a dádiva da colheita farta, tenhamos apenas motivos para agradecer.

O Trabalhador Espírita “O bom trabalhador é o que ajuda, sem fugir ao equilíbrio necessário, construindo todo o trabalho benéfico que esteja ao seu alcance, consciente de que o seu esforço traduz a Vontade Divina.” André Luiz

Equipe Cultivadores Da Paz e Sala Espírita Palavra Amiga
25 de Novembro de 2008

sábado, 22 de novembro de 2008

KARDEC E A BÍBLIA


A Bíblia é um dos livros mais conhecidos de todos os povos. É sem dúvida um dos maiores sucessos editoriais de todos os tempos, pois trata-se de um dos livros mais vendidos em toda historia da humanidade e um dos mais traduzidos para vários idiomas.1

Em todos os tempos estudiosos se debruçaram sobre seus textos para analisá-los. Textos estes que foram sempre motivos de muitas contradições e já geraram, e ainda hoje são, responsáveis por guerras de grandes conseqüências.

Sempre existiram aqueles que a interpretaram em seu sentido literal, outros ao contrário, viram em suas narrativas alegorias, e buscaram extrair destas alegorias um ensinamento moral mais profundo e de grande alcance. Há ainda os que sempre a tiveram por uma revelação divina escrita pelo próprio Criador de todas as coisas que assumira em vários momentos nomes distintos.

Hoje, historiadores e cientistas conseguem fazer um apanhado mais próximo da realidade e com o avanço da crítica textual definem autores, datas, e a origem de textos, com maior precisão e com menores chances de erro, porém, as polêmicas continuam porque o sentido velado destes mesmos textos, afirmam alguns, só podem ser percebidos com os olhos da alma, com a profunda integração dos estudiosos com as forças transcendentais da vida e com um estudo minucioso de cada palavra ali contida com um objetivo, mesmo que este, por origem divina, tenha passado despercebido até mesmo de seus autores físicos.

Este livro influenciou muitos povos, fez história, ergueu e destruiu impérios, marcou constituições e determinou atitudes políticas em todos os tempos.

Em nosso movimento espírita não têm sido menos polêmicos os estudos de seu conteúdo, e até com certa descrença alguns espíritas têm perguntado: "deve o espírita estudar a Bíblia?" Outros têm ido mais além respondendo que não, e há ainda aqueles, apesar de minoria, que não concordam nem mesmo com o estudo do Novo Testamento, dizendo que bastam as anotações do Codificador do espiritismo em "O Evangelho Segundo o Espiritismo".

A estes dirigimos estas linhas dizendo que estão eles em grande contradição com os próprios textos básicos de nossa literatura espírita, pois estes informam-nos claramente ser o espiritismo uma filosofia cristã, e que Jesus é o Guia e Modelo para todos nós que trilhamos o caminho evolutivo traçado por Deus desde a criação de todas as coisas.

O Evangelho Segundo o Espiritismo é uma obra ímpar, de grande importância, e de qualidade incontestável, porém não foi escrito com o objetivo de elucidar todo o conteúdo do Novo Testamento, seu propósito maior foi ampliar, explicando, o conteúdo moral do Evangelho de Jesus e fazer uma conexão deste com a revelação dos Espíritos Superiores.

Além de O Evangelho Segundo o Espiritismo, que é o livro mais conhecido da literatura espírita, Kardec responde a esta nossa questão de que se deve a Bíblia ser estudada pelos espíritas em vários outros textos contidos na codificação.

É preciso antes de tudo lembrar que Kardec foi um cientista, um educador e um sábio de seu tempo, e deste modo, e por fazer tudo isso com uma competência tal que o projetou para muito além de seus dias, não se viu impedido de aceitar desafios; desta feita estudou minuciosamente não só a Bíblia como textos sagrados de várias outras filosofias religiosas ponderando com saber e lógica sobre as contradições de cada um e de seu sentido espiritual mais profundo.

Já na questão 59 de O Livro dos Espíritos disserta sobre colocações bíblicas a respeito da Criação com considerações que devem ser ponderadas por todos nós.

Como introdução a estas questões, na pergunta de nº 50, questiona sobre o início da humanidade no orbe induzindo os Espíritos a falarem sobre o figura mítica de Adão, figura esta bem colocada para todos nós nos primeiros movimentos do livro Gênesis atribuído até então, a Moisés.

Os Espíritos informam a Kardec que Adão não foi o primeiro nem o único homem a povoar a Terra àquele tempo, e dizem mais:

O homem, cuja tradição se conservou sob o nome de Adão, foi dos que sobreviveram, em certa região, a alguns dos grandes cataclismos que revolveram em diversas épocas a superfície do globo, e se constituiu tronco de uma das raças que atualmente o povoam. As leis da Natureza se opõem a que os progressos da Humanidade, comprovados muito tempo antes do Cristo, se tenham realizado em alguns séculos, como houvera sucedido se o homem não existisse na Terra senão a partir da época indicada para a existência de Adão.2

Como dissemos, na questão 59 Kardec amplia, fruto de seus estudos, os comentários sobre colocações bíblicas concernentes à Criação, dizendo que a Bíblia, se interpretada literalmente, erra não só quanto a Adão não ser o primeiro e único homem que originou a humanidade, como também comenta sobre a impossibilidade de ter sido criado o mundo em seis dias de vinte quatro horas apenas; e também sobre a questão do movimento da Terra, que, em determinada época, pareceu se opor aos textos bíblicos que a viam imóvel, além de outras questões importantes sobre quando se deu o início da criação, que o Gênesis situa há quatro mil anos antes de Cristo, e que a ciência mostra ser inverossímil esta data, pela anterioridade de fósseis encontrados que datavam de tempo muito anterior a este.

Depois de pormenorizados comentários a respeito deste tema e de outros, Kardec conclui perguntando:

Dever-se-á daí concluir que a Bíblia é um erro?

Ao que ele mesmo com a sabedoria e o bom senso que lhe eram peculiares responde:

Não; a conclusão a tirar-se é que os homens se equivocaram ao interpretá-la.3

Mostrando para todos nós que deveríamos estudar a Bíblia, como ele fez, e que caberia aos espíritas reinterpretá-la às luzes da ciência espírita.

Mais adiante, no livro A Gênese, Kardec volta ao tema dizendo:

De todas as Gêneses antigas, a que mais se aproxima dos modernos dados científicos, sem embargo dos erros que contém, postos hoje em evidência, é incontestavelmente a de Moisés. Alguns desses erros são mesmo mais aparentes do que reais e provêm, ou de falsa interpretação atribuída a certos termos, cuja primitiva significação se perdeu, ao passarem de língua em língua pela tradução, ou cuja acepção mudou com os costumes dos povos, ou, também, decorrem da forma alegórica peculiar ao estilo oriental e que foi tomada ao pé da letra, em vez de se lhe procurar o espírito.4

Sobre alguns pontos, há, sem dúvida, notável concordância entre a Gênese moisaica e a doutrina científica; mas, fora erro acreditar que basta se substituam os seis dias de 24 horas da criação por seis períodos indeterminados, para se tornar completa a analogia. Não menor erro seria o acreditarse que, afora o sentido alegórico de algumas palavras, a Gênese e a Ciência caminham lado a lado, sendo uma, como se vê, simples paráfrase da outra.5

Na continuidade deste capítulo XII do mesmo livro A Gênese, Kardec faz uma detalhada comparação entre o que diz a ciência sobre os períodos geológicos de formação planetária e os seis dias da criação conforme as anotações mosaicas, vindo a dizer:

Desse quadro comparativo, o primeiro fato que ressalta é que a obra de cada um dos seis dias não corresponde de maneira rigorosa, como o supõem muitos, a cada um dos seis períodos geológicos. A concordância mais notável se verifica na sucessão dos seres orgânicos, que é quase a mesma, com pequena diferença, e no aparecimento do homem, por último. É esse um fato importante.

Há também coincidência, não quanto à ordem numérica dos períodos, mas quanto ao fato em si, na passagem em que se lê que, ao terceiro dia, «as águas que estão debaixo do céu se reuniram num só lugar e apareceu o elemento árido». É a expressão do que ocorreu no período terciário, quando as elevações da crosta sólida puseram a descoberto os continentes e repeliram as águas, que foram formar os mares. Foi somente então que apareceram os animais terrestres, segundo a Geologia e segundo Moisés.6

Não é nosso objetivo neste texto singelo fazer comentários mais profundos sobre as considerações de Kardec, nem muito menos acrescentar algo como interpretação dos textos mosaicos, apenas mostrar que o Codificador estudava a Bíblia e nos ensinava como fazer. Deste modo, ele recorre aos termos originais do hebraico várias vezes para melhor compreender a essência do que queriam dizer os autores bíblicos, comenta outros textos como os do dilúvio, da perda do paraíso, nos mostrando ser possível fazer uma exegese fundamentada nos ensinamentos espíritas e assim muito aprender com esta literatura, que diga-se de passagem é de ótima qualidade.

E ainda neste mesmo capítulo de A Gênese reitera o que havia dito em O Livro dos Espíritos:

Não rejeitemos, pois, a Gênese bíblica; ao contrário, estudemo-la, como se estuda a história da infância dos povos.

Trata-se de uma época rica de alegorias, cujo sentido oculto se deve pesquisar; que se devem comentar e explicar com o auxílio das luzes da razão e da Ciência. Fazendo, porém, ressaltar as suas belezas poéticas e os seus ensinamentos velados pela forma imaginosa, cumpre se lhe apontem expressamente os erros, no próprio interesse da religião. Esta será muito mais respeitada, quando esses erros deixarem de ser impostos à fé, como verdade, e Deus parecerá maior e mais poderoso, quando não lhe envolverem o nome em fatos de pura invenção.7

É sobre o Novo Testamento que Kardec mais se ocupa com interpretações de grande inteligência.

Na introdução de o Evangelho Segundo o Espiritismo mostra que esta obra priorizaria o conteúdo moral dos ensinamentos de Jesus, deixando para outros momentos temas mais polêmicos que podiam dividir as opiniões. Mesmo assim mostra-nos a importância de fazermos uma análise histórica, cultural e sociológica daquele período em que Jesus viveu, e vai mais além, tanto analisando algumas expressões idiomáticas do hebraico, como fazendo uma conexão entre as filosofias de Sócrates e Platão, com os ensinamentos de Jesus e com a Doutrina Espírita que surgia.

Nos livros A Gênese e em Obras Póstumas, obra publicada após o seu desenlace, volta ao tema desta vez analisando à luz do Espiritismo temas, como dissemos anteriormente, mais polêmicos.

No primeiro Kardec analisa os ditos "milagres" feitos por Jesus, como curas, ressurreições, profecias, entre outros. Mostrando-nos que o que foi chamado de milagre nada mais era do que um desconhecimento do homem sobre algumas leis da natureza. Jesus, por ser um Espírito de grande evolução, de alta hierarquia espiritual, tinha conhecimento destas leis e agia consoante a vontade do Pai atuando nas causas dos problemas, atingindo assim resultados incompreendidos pelo ser humano comum

Kardec teve a coragem de dizer sem perder entendimento em matéria de religiosidade, que a Lei Divina não pode ser derrogada nem por Jesus e nem mesmo por Deus, portanto não havia milagres, mas tudo se dava como fruto de ação consciente num nível mais profundo de espiritualidade.

Já no livro Obras Póstumas o Codificador faz um estudo minucioso sobre a natureza de Jesus, mostrando-nos, com maestria, baseado nas próprias palavras do Mestre e na opinião de suas testemunhas vivas, os apóstolos, que Jesus não era Deus, e esta crença que surgiu nos séculos posteriores do cristianismo não tinha fundamentação bíblica e era pura deturpação dos textos originais das escrituras.

Estes textos devem ser meditados e estudados por todos os espíritas como resposta àquela questão que comentamos no início, de que se deve ou não o espírita estudar a Bíblia. Servindo para outros irmãos ligados a outras crenças religiosas para mostrá-los que o Espiritismo além de ser uma filosofia cristã também se preocupa em estudar a Bíblia tendo por exemplo, o seu Codificador.

E mesmo outros estudiosos dos textos sagrados que realizam importantes comentários sobre as escrituras citando historiadores e profitentes de várias crenças, deviam conhecer um pouco mais de Kardec e a sua opinião sobre esta, que como dissemos no início, é uma das obras mais importantes da literatura mundial.

1 Alguns autores dão como mais seis bilhões de exemplares vendidos e mais de dois mil idiomas em que foram traduzidos os originais.
2 O Livro dos Espíritos, questão 51
3 Ibidem, questão 59
4 A Gênese, cap. IV item 5
5 Gênese, cap. XII item 3
6 Ibidem, item 6
7 Ibidem, item 12

Cláudio Fajardo
05/11/2008 10:35
Visite: http://espiritismoeevangelho.blogspot.com/
"Na sua condição de Cristianismo Redivivo, a divulgação do Espiritismo Evangélico, quanto mais ampla, mais benefícios trará para a coletividade." Chico Xavier

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

PRECEITOS DA MORAL CRISTÃ


A moral de Jesus, conselheira, está viva em seu EVANGELHO, código universal de comportamento para o Homem, roteiro infalível para a perfeição do Espírito e, consequentemente, para sua felicidade futura e completa. Jesus legou à Humanidade padrões, modelos e normas, cuja observância pelo Homem o levará, segundo o Mestre, a "buscar primeiro o reino de Deus, porque, então, todas as coisas lhe serão acrescentadas", o que significa que o aperfeiçoamento espiritual deve ser a meta primeira da criatura humana, embora ela não esteja desobrigada de trabalhar para atender necessidades próprias do mundo corporal em que vive, "dando a César o que é de César". A Moral de Jesus, que o Espiritismo adota, preconiza, para a salvação do Homem, o conhecimento da verdade, que o libertará de toda ignorância e de toda escravidão ao mal. Isso todos conseguiremos, praticando sua doutrina, porque Ele é "o Caminho da Verdade e da Vida", único a levar ao Pai (Jo, XIV: 6)

• Amando a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos (Mt, XXII: 37 a 40; Mc, XII: 30 e 31; Jo, XIII: 34);
• Não servindo a Deus e às riquezas (Mamon) ao mesmo tempo (Mt, VI: 24; XXII: 21; VI: 33; Mc, XII: 11; Lc. XII: 31; XVI: 13; XX: 25);
• Dando de comer aos que têm fome, de beber aos que têm sede, vestindo o nu, visitando doentes e presos (Mt, XXV: 35, 36, 40);
• Perdoando sempre, sem reservas (Mt, XVIII: 21, 22).
• Não julgando para não ser julgado (Mt, VII: 1; Mc, IV: 24; Lc, VI: 27, 38; Jo. VIII: 7);
• Fazendo o bem pelo próprio bem (Mc, XII: 41 a 44; Lc, XXI: 1 a 4);
• Tendo fé, perseverando (Mt, XIV: 31; XXIV: 13; Lc, XXI: 19);
• Não cometendo adultério (Mt, V: 27 e 28; Mc, X: 11 e 12; Lc, XVI: 18);
• Orando e vigiando (Mt, 24-36; Mc, XII: 33; XIV: 38; Lc, XII: 40, XXI: 36; XXII: 45 e 46);
• Sendo humildes (Mt, XIX: 30; XXIII: 12; Lc, XIV: 11);
• Sendo prudentes (Mt, XXV: 1 a 13);
• Amando para receber (Lc, VI: 38);
• Dando para receber (Lc, VI: 38);
• Curando os enfermos (Mt, X: 8; Mc, XVI: 18; Lc, IX: 6; X: 9);
• Honrando pai e mãe (Mt, XV: 4, XIX: 19; Mc, XVIII:19; Lc, XVIII: 20);
• Evitando o escândalo, a maledicência (Mt, XVIII: 7; Lc, XVII: 1);
• Repudiando a hipocrisia (Mt, VII: 5; XVI: 6; XXIII:13; Lc, XI: 37 a 44);
• Combatendo o egoísmo, a avareza (Lc, XII: 15 e 34);
• Doutrinando espíritos atrasados (Mt, XVII: 15 a 21; X: 8); Lc, X: 17);
• Trabalhando na Seara (Mt, IX: 27, Lc, X: 2);
• Dando de graça o que de graça recebermos (Mt, X: 8);
• Pregando o Evangelho (Mc, XIII: 10; XVI: 15; Mt, XXIV: 14)
• Semeando em boa terra os seus ensinos (Mt, XIII: 23, Mc, IV: 8; Lc, VIII: 15);
• Progredindo sempre, intelectual e moralmente (Mt, V: 48);
• Sendo piedosos; não errando mais (Jo, VIII: 3-11);
• Não procurando ser o primeiro (por orgulho) – (Mt, XX: 26, 27; Mc, IX: 34 e 35; X: 31; Lc, XIII: 30, XXII: 24 e 26);
• Servindo e não sendo servido (Mt, XX: 28; Mc, X: 45);
• Praticando a justiça (Mt, V: 20; Lc, XII: 57 a 59);
• Fazendo aos outros o que queremos que nos façam (Mt, VII: 12; Lc, VI: 31);
• Não O negando perante os homens, mas O honrando com o coração (Mt, X: 33; Lc, XII: 8, 9);
• Conhecendo a Verdade para libertar-se (Jo, VIII: 32).
• NÃO PECANDO MAIS (Jo, VIII: 11).

Trecho extraído do livro "Fundamentos do Espiritismo", de Pedro Franco Barbosa, Léon Denis – Gráfica e Editora.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

INDULGÊNCIA


A luz da alegria deve ser o facho continuamente aceso na atmosfera das nossas experiências. Circunstâncias diversas e principalmente as de indisciplina podem alterar o clima de paz, em redor de nós, e dentre elas se destaca a palavra impensada como forja de incompreensão, deslealdade, maledicência a instalar entrechoques. Daí o nosso dever básico de vigiar a nós mesmo na conversação, ampliando os recursos de entendimento nos ouvidos alheios.

Sejamos indulgentes, Se erramos, roguemos perdão. Se outros erraram, perdoemos. O mal que desejarmos para alguém, suscitará o mal para nós amanhã. A mágoa não tem razão justa e o perdão anula os problemas, diminuindo complicações e perdas de tempo. É assim que a espontaneidade no bem estabelece a caridade real.

Quem não conhece as próprias imperfeições demonstra incoerência. Quem perdoa desconhece o remorso. Ódio é fogo invisível na consciência. O erro, por isso, não pede aversão, mas entendimento. O erro, nosso, requer a bondade alheia; erro de outrem, reclama a clemência nossa.

A Humanidade dispensa quem a censure, mas necessita de quem a estime. E ante o erro, debalde se multiplicam justificações e razões. Antes de tudo, é preciso refazer, porque o retorno à tarefa é a conseqüência inevitável de toda fuga ao dever. Quanto mais conhecemos a nós mesmos, mais amplo em nós o imperativo de perdoar. Aprendamos com o Evangelho, a fonte inexaurível da verdade.

Você, amostra da Grande Prole de Deus, carece do amparo de todos e todos solicitam-lhe amparo. Saiba, pois, refletir o mundo em torno, recordando que se o espelho, inerte e frio, retrata todos os aspectos dignos e indignos à sua volta, o pintor, consciente, buscando criar atividade superior, somente exterioriza na pureza da tela os ângulos nobres e construtivos da vida.

Livro: Ideal Espírita, Psic: Francisco C. Xavier - Espírito: André Luiz.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

APELO DE IRMÃ


Minhas irmãs, reine conosco a luz do Divino Mestre.

A prece é um caminho de luz, garantindo o intercâmbio do Céu com a Terra.

Através de seus fios resplandecentes é possível alimentar a obra de amor que iniciamos no mundo, razão por que aqui me vedes, contente por fazer-me sentir no círculo de tão devotadas companheiras do Espiritismo Evangélico no Brasil.

Estimaria guardar os melhores valores literários para expressar a importância que hoje atribuo, mais que nunca, ao apostolado da mulher espírita-cristã na vida moderna.

Indubitavelmente, a luta humana assume ciclópicas proporções. É imprescindível contemplá-la, de mais alto, na posição em que presentemente me vejo, para aquilatar a magnitude dos problemas gigantescos, a reclamarem equações com o Cristo de Deus.

A ambição destrutiva, a indeferença religiosa, o egoísmo desvairado e a vaidade infeliz conspiram com tamanha intensidade, na face da Terra que, infelizmente, novos conflitos de sangue se anunciam próximos, quais pesados aguaceiros de lágrimas, que só o poder da prece, com serviço e amor poderá remover. É indispensável que a mulher cristianizada se disponha a maiores sacrifícios a fim de que o reerguimento terrestre se não faça tardar. Os homens poderão decidir a batalha, inspirados por destruidores gênios do mal que lhes insinuam o sinistro propósito de hegemonia, através da dominação contra os mais fracos, entretanto, no campo dos vencidos e dos vencedores, que sempre realizam permutas de lugar nos quadros transitórios da experiência, é invariavelmente a mulher a sacerdotisa devotada que reedifica o jardim da vida, com heróico silêncio. Por que não desdobrar a nossa capacidade de construir e de amar, improvisando a medicina preventiva do bem e da luz, em todas as direções? Para isso, contudo, é imperioso ceder de nós mesmas quotas mais elevadas de entendimento e perdão. Faz-se necessário nos levantemos, não na bandeira revolucionária, que em todos os climas reclama a violência e a discórdia, com os mesmos característicos de incompreensão e ruína, mas sim na intimidade do santuário doméstico, dentro do qual o espírito de sacrifício com Jesus constituir-nos-á a bênção de cada dia.

Não cremos em milagres que não se façam precedidos de intensa preparação no trabalho justo. Não há frutos sem sementeiras adequadas. E se hoje sabemos que a vida não se extingue no sepulcro, prosseguindo, sem surpresas, além da morte, porque não converter as possibilidades evolutivas, que o mundo nos oferece, em recursos de sublimação? Permanecemos agora informadas de que o melhor para Deus é aquele que mais infinitamente concede de si mesmo a benefício do todo e que sem sacrifício não existe libertação, tanto quanto não há celeiro farto sem que a semente se confie à renúncia na cova escura e úmida.

Assim, pois, minhas irmãs, aproveitemos o Dia da Oportunidade. Vós outras, as que vos demorais no instrumento físico de que fomos alijadas, podereis edificar muito. Há crianças desamparadas, velhinhos ao abandono, mentes ignorantes e espíritos afastados da compreensão em toda parte.

Os homens, de quando a quando, combatem-se mutuamente com espadas, estabelecendo rios de sangue fratricida, no solo abençoado do Planeta, mas a mulher guerreira em silêncio, a vida inteira, exterminando a si mesma para que a vida prospere triunfante. Santifiquemo-nos nesse apostolado de renunciação e que o Senhor nos abençõe.

pelo Espírito Aura Celeste - Médium: Francisco Cândido Xavier por Espíritos Diversos. do Livro: Nosso Livro.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

AFINIDADE


Afinidade é um dos poucos sentimentos que resistem ao tempo e ao depois. A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil, delicado e penetrante dos sentimentos. É o mais independente.

Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos, as distâncias, as impossibilidades. Quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação, o diálogo, a conversa, o afeto no exato ponto em que foi interrompido.

Afinidade é não haver tempo mediando a vida. É uma vitória do adivinhado sobre o real. Do subjetivo para o objetivo. Do permanente sobre o passageiro. Do básico sobre o superficial.

Ter afinidade é muito raro, mas quando existe, não precisa de códigos verbais para se manifestar. Existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois que as pessoas deixaram de estar juntas.

O que você tem dificuldade de expressar a um não afim, sai simples e claro diante de alguém com quem você tem afinidade.

Afinidade é ficar longe, pensando parecido a respeito dos mesmos fatos que impressionam, comovem ou mobilizam. É ficar conversando sem trocar palavras. É receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento.

Afinidade é sentir com. Nem sentir contra, nem sentir para, nem sentir por, nem sentir pelo. Quanta gente ama loucamente, mas sente contra o ser amado? Quantos amam e sentem para o ser amado, não para eles próprios?

Sentir com, é não ter necessidade de explicar o que está sentindo. É olhar e perceber. É mais calar do que falar, ou, quando é falar, jamais explicar: apenas afirmar.

Afinidade é jamais sentir por. Quem sente por, confunde afinidade com masoquismo. Mas quem sente com, avalia sem se contaminar. Compreende sem ocupar o lugar do outro. Aceita para poder questionar. Quem não tem afinidade, questiona por não aceitar.

Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças. É conversar no silêncio, tanto nas possibilidades exercidas, quanto das impossibilidades vividas.

Afinidade é retomar a relação no ponto em que parou sem lamentar o tempo de separação, porque tempo e separação nunca existiram. Foram apenas oportunidades dadas (tiradas) pela vida, para que a maturação comum pudesse se dar. E para que cada pessoa pudesse e possa ser, cada vez mais a expressão do outro sob a forma ampliada do eu individual aprimorado.
Artur da Távola

sábado, 8 de novembro de 2008

APONTAMENTOS E REFLEXÕES DE EMMANUEL SOBRE COMPORTAMENTO SEXUAL


O Espírito Emmanuel elucida, com sabedoria, que, em torno do tema sexo, "será justo sintetizarmos todas as digressões nas normas seguintes: Não proibição, mas educação. Não abstinência imposta, mas emprego digno, com o devido respeito aos outros e a si mesmo. Não indisciplina, mas controle. Não impulso livre, mas responsabilidade. Fora disso, é teorizar simplesmente, para depois aprender ou reaprender com a experiência. Sem isso, será enganar-nos, lutar sem proveito, sofrer e recomeçar a obra da sublimação pessoal, tantas vezes quantas se fizerem precisas, pelos mecanismos da reencarnação, porque a aplicação do sexo, ante a luz do amor e da vida, é assunto pertinente à consciência de cada um."

Todos nós trazemos os temas particulares com referência ao sexo. Atendendo à soma das qualidades adquiridas, na fieira das próprias reencarnações, nos revelamos, no Plano Físico, pelas tendências que registramos nos recessos do ser. Cada pessoa se distingue por determinadas peculiaridades no mundo emotivo. O sexo se define desse modo, por atributo não apenas respeitável, mas profundamente santo da Natureza, exigindo educação e controle. Não tem lógica subtrair as manifestações sexuais dos seres humanos, a pretexto de elevação compulsória, ou deslocá-las de sua posição venerável a garantir-lhes a libertação. Sexo é espírito e vida, a serviço da felicidade e da harmonia do Universo. Consequentemente, reclama responsabilidade e discernimento, onde e quando se expresse. Por isso mesmo, homens e mulheres precisam e devem saber o que fazem com suas energias genésicas, observando como, com quem e com qual finalidade se utilizam de semelhantes recursos, entendendo que todos os compromissos na vida sexual estão, igualmente, subordinados à Lei de Causa e Efeito; e, segundo esse exato princípio, tudo que dermos a outrem, no mundo afetivo, outrem também nos dará.

A energia sexual, como recurso da lei de atração, na perpetuação das espécies, é inerente à própria vida, gerando cargas magnéticas em todos os seres, em face das potencialidades criativas de que se reveste. Nos seres primitivos, situados nos primeiros degraus da emoção e do raciocínio, e, ainda, em todas as criaturas que se demoram, voluntariamente, no nível dos brutos, a descarga de semelhante energia se opera por automatismo orgânico inconsciente. Isso, porém, custam-lhes efeitos angustiantes a lhes lastrearem longos e penosos períodos de expiação, presos a existências menos felizes, nas quais, pouco a pouco, a vida lhes ensina que ninguém abusa de alguém sem carrear prejuízo a si mesmo. Na medida em que a individualidade evolui, passa a compreender que o sexo requer o impositivo do discernimento e responsabilidade em sua aplicação, e que, por isso mesmo, deve ser controlado por valores morais que lhe garantam o emprego digno, seja na criação de formas físicas, seja artística, cultural, comportamental, propiciando a elevação espiritual do ser humano e, conseqüentemente, a evolução do Planeta.

O sexo, no ser humano, conforme se expresse, terá conseqüências felizes ou infelizes, construtivas ou destrutivas, pois não depende da sua função em si mesma, mas, fundamentalmente, do seu usuário. Atualmente, comenta-se a possibilidade da legalização das relações sexuais livres, como se fora justo escolher companhias, apenas, para a satisfação do impulso genésico, qual instrumento de troca ou indivíduo descartável. Relações sexuais, no entanto, envolvem consciência e responsabilidade. Homem ou mulher, adquirindo parceira ou parceiro para a conjunção afetiva, deve canalizar suas energias sexuais a um propósito elevado, pois, pensando tão-somente em si mesmo, a frustração é imediata.

No matrimônio, legalmente constituído, se os parceiros da união sexual possuem deveres a observar entre si, em face de preceitos humanos, voluntariamente aceitos, no plano das chamadas ligações extralegais, acham-se, igualmente, submetidos aos princípios das Leis Divinas que regem a Natureza. Cada Espírito detém consigo o seu íntimo santuário, erguido ao amor, e nenhum Espírito menoscabará o "lugar sagrado" de outro Espírito, sem lesar a si mesmo. Conferir pretensa legitimidade às relações sexuais irresponsáveis seria tratar "consciências" como se fossem "coisas", e se as próprias coisas, na condição de objetos, reclamam respeito, que dirá o respeito devido ao ser humano?

Existe o mundo sexual dos Espíritos de evolução primária, inçado de ligações irresponsáveis, e existe o mundo sexual dos Espíritos conscientes, que já adquiriram conhecimento das obrigações próprias diante da vida; o primeiro se constitui de homens e mulheres, psiquicamente, não muito distantes da selva, remanescentes próximos da convivência com os brutos, enquanto que o segundo é integrado pelas consciências que a verdade já iluminou, mediante estudo das leis do destino à luz da imortalidade. O primeiro grupo se mantém ligado à poligamia, às vezes desenfreada, e só, pouco a pouco, despertará para as noções de responsabilidade no plano do sexo, através de experiências múltiplas na fieira das reencarnações. O segundo já se levantou para a visão panorâmica dos deveres que nos competem, diante de nós mesmos, e procura elevar os próprios impulsos sexuais, educando-os pelos mecanismos da contenção equilibrada.

Falar de governo e administração, no campo sexual, aos que ainda se desvairam em manifestações poligâmicas, seria exigir encargos de um silvícola, tão-somente atribuídos a um professor universitário, razão por que será justo deter-se, apenas, nesse ou naquele estudo alusivo à educação sexual, com quem se mostre suscetível de entender as reflexões provenientes do mais profundo e básico: o amor.

O instinto sexual, exprimindo amor em expansão incessante, nasce nas profundezas da vida, orientando os processos da evolução. Toda criatura consciente traz consigo, devidamente estratificada, a herança incomensurável das experiências sexuais vividas nos reinos inferiores da Natureza. De existência a existência, de lição em lição e de passo a passo, por séculos e séculos na esfera animal, a individualidade, erguida à razão, surpreende-se com todo um mundo de impulsos genésicos por educar e por ajustar à lei superior que governa a vida - a Lei de Evolução.

A princípio, exposto aos lances adversos das aventuras poligâmicas, o homem avança, de ensinamento a ensinamento, para a sua própria inserção na vida monogâmica, reconhecendo a necessidade de segurança e equilíbrio em matéria de amor. No entanto, ainda aí, é impelido, naturalmente, a carregar o fardo dos estímulos sexuais, muitas vezes desregrados, que lhe enxameiam o sentimento, reclamando educação e sublimação. Depreende-se disso que toda criatura transporta, em si mesma, determinada taxa de carga erótica, da qual, em verdade, não se libertará, unicamente, ao preço de palavras e votos brilhantes, mas à custa de experiência e trabalho, de vez que instintos e paixões são energias e estados inerentes à alma de cada um, que as leis da Criação não destroem, e sim, auxiliam cada criatura a se transformar e a se elevar rumo à perfeição.

É fácil entender, portanto, que, do erotismo, como fator de magnetismo sexual humano, na romagem terrestre, em se tratando de Espíritos encarnados ou desencarnados, não partilham, tão-somente, as inteligências que já se angelizaram, em minoria absoluta no Plano Físico, mas, igualmente, aqueles irmãos da Humanidade, provisoriamente internados nas celas da idiotia, por força de lides expiatórias abraçadas ou requisitadas por eles próprios, antes do berço terreno. Os Espíritos sublimados se atraem, uns aos outros, pela força do amor, considerado infinito, divino. Por enquanto, nós outros, seres em laboriosa escalada evolutiva, somente compartilhamos as nossas tendências e aptidões, dificuldades e provas do gênero humano. Os companheiros, temporariamente, bloqueados por cérebros deficientes e obtusos, atravessam emocionados, períodos mais ou menos longos de silêncio, destinados às reparações e reajustes, quase sempre solicitados por eles mesmos. Sentenciam-se aos entraves e inibições, no campo de exteriorização da mente, através dos quais refazem atitudes e recondicionam impulsos afetivos em preciosas tomadas e retomadas de consciência.

Em vista do exposto, faz-se necessário reconhecer que toda criatura humana, nascida ou renascida sob o patrocínio do sexo, obviamente, carreia consigo determinada carga de impulsos eróticos, que a própria criatura aprende, gradativamente, a usá-los com dignidade. Diante do sexo, não nos achamos, de modo algum, à frente de um despenhadeiro para as trevas, mas diante da fonte da vida, que a Sabedoria do Universo situou como laboratório das formas físicas e a usina dos estímulos espirituais mais intensos, para a execução das tarefas que esposamos, em regime de colaboração mútua, com vistas ao progresso da humanidade.

Cada homem e cada mulher que ainda não se angelizou ou que não se encontre em processo de bloqueio das possibilidades criativas, no corpo ou na alma, traz, evidentemente, maior ou menor percentagem de anseios sexuais, a se expressarem por sede de apoio afetivo, e é, claramente, nas lavras da experiência, errando e acertando, e tornando a errar para acertar com mais segurança, que cada um de nós - os filhos de Deus em evolução na Terra - conseguirá sublimar os sentimentos que nos são próprios, de modo a nos erguer, em definitivo, para a conquista da felicidade celeste e do Amor Universal.

Diante dessas reflexões emmanuelinas, compadeçamo-nos uns dos outros, porque, por enquanto, nenhum de nós consegue conhecer a si próprio, tão profundamente, a ponto de saber, hoje, qual o tamanho da experiência afetiva que nos aguarda amanhã. Calemos os nossos possíveis libelos, ante as supostas culpas alheias, porquanto, nenhum de nós, por agora, é capaz de medir a cota de responsabilidade que nos cabe diante das irreflexões e desequilíbrios dos outros. Somos, todos, integrantes de uma só família, operando em dois mundos, alternadamente - ora, no das inteligências corporificadas no plano físico, ora, no das inteligências desencarnadas, que se expressam em regiões compatíveis com o grau de evolução a que fazem jus. Não dispomos de recursos para examinar as consciências alheias, e cada um de nós, ante a Sabedoria Divina, é um caso particular em matéria de amor, reclamando compreensão. Em vista disso, muitos de nossos erros imaginários no mundo são caminhos certos para o bem, ao passo que muitos de nossos acertos hipotéticos são trilhas para o mal, dos quais nos desvencilharemos, um dia!...

Emmanuel explica finalmente: Abençoai e amai sempre. Diante de toda e qualquer desarmonia do mundo afetivo, seja com quem for e como for, colocai-vos, em pensamento, no lugar dos acusados, analisando as vossas tendências mais íntimas e, após verificardes se estais em condições de censurar alguém, escutai, no âmago da consciência, o apelo inolvidável do Cristo: "Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei".

Jorge Hessen - (03.11.08)
E-Mail: jorgehessen@gmail.com
Site: http://jorgehessen.net

FONTES:
(*)Xavier, Francisco Cândido. Vida e Sexo, Ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001

O GRANDE CAMINHO


O GRANDE CAMINHO
Um homem de muita fé morava num vale extenso e triste e por que assinalasse amarga e solidão, elevou-se em espírito ao Senhor e pediu-lhe, atormentado:- Benfeitor Eterno, vejo-me vencido pelo desânimo... Que fazer para melhorar o ambiente em que respiro?- Educa a terra em que foste localizado – aconselhou o Divino Orientador – Usa o alvião e o arado, a enxada e a semente e, em breve, o solo dar-te-á pão e alegria. O servo regressou e seguiu-lhe o conselho. Com o aperfeiçoamento da gleba, porém, surgiram colonos variados e as rixas explodiram, na disputa dos terrenos em torno. Alarmado, o devoto retornou ao Senhor e clamou:- Inefável Amigo, melhorada a região a que dei minha ajuda, vieram os companheiros da Humanidade e com eles chegaram inquietantes enigmas. Não mais vivo só, entretanto, as feras da posse, os dragões do ciúme, as serpentes do despeito e os monstros da inveja bramem e se arrastam junto de mim... Que fazer para o sustento da paz?- Educa os irmãos que te cercam a experiência – determinou o magnânimo interpelado, - e explica-lhes que o sol brilha para justos e injustos, que o trabalho sinceramente respeitado e bem dividido faz a riqueza de todos e que sem a cooperação fraternal o dever é um cárcere insuportável... Usa a escola e o livro, a palavra e a própria virtude! O tempo assegura-te-á harmonia e vitória. O crente agiu em consonância com o ensinamento recebido e, por que prosperasse o encanto social na colônia, desposou uma jovem que lhe parecia responder ao ideal de ventura, no entanto, com o casamento vieram os filhos e os problemas. A alma da companheira sofria incompreensível divisão entre ele e os rebentos do lar que o crivaram de pezares e preocupações. Aflito, voltou à Amorosa Presença e solicitou:- Todo Compassivo, tenho minh’alma sangrando de sofrimento... Como proceder para encontrar o equilíbrio, junto da mulher e dos filhos que me deste?- Educa-os e alcançaras a bênção merecida, - disse-lhe o Abnegado Condutor. – Através de teus próprios exemplos, usa a boa vontade e a renúncia e atingirás, um dia, o fruto de preciosa compreensão. O trabalhador desceu à Terra e atendeu à advertência. Contudo, com o crescimento da família, multiplicada agora em lares diversos, notou que os parentes padeciam, desarvorados, a visitação da enfermidade e da morte. Agoniado, compareceu diante do Senhor e implorou:- Protetor Infatigável, estou conturbado, em pavoroso desalento... Os corações que me confiaste tremem de angústia e medo, ante a ventania gelado do túmulo... Que fazer para consolá-los e obter-lhes conformação?- Educa-os para a vida, cujas provas são lições de subido valor – respondeu-lhe o Mentor Celeste. – Ensina-lhes que a doença é um gênio benfazejo e que o sepulcro é passagem para a imortalidade triunfante. Revela-lhes, porém, semelhantes verdades com a tua própria demonstração de coragem e submissão incessante à Infinita Sabedoria. O homem tornou ao seu campo de luta e devotou-se à tarefa que lhe cabia com humildade e bom ânimo. Quando o tempo lhe enrugou a face, alvejando-lhe os cabelos, fatigado ao peso das responsabilidades que trazia no coração, procurou o Senhor e implorou em lágrimas:- Fiador de meus dias, compadece-te de mim!... Meu corpo agora é um instrumento cansado, sinto frio em meus ossos!... Tenho saudades de ti, Senhor!... Que fazer para transferir-me, em definitivo, para o Céu?- Educa-te e raiará para teu espírito a luminosa libertação, educa-te e o próprio mundo te elevará à glória suprema da vida espiritual!- Senhor, - ponderou o fiel devoto – ensinaram-me na Terra que fora da caridade não há salvação e sempre respeitei a caridade, executando-te as ordens divinas... Ter-se-iam enganado os teus mensageiros no mundo?O Mestre sorriu e obtemperou:- Os emissários celestiais não se equivocaram na afirmativa. Realmente, fora da caridade não há salvação, mas fora da educação não há caridade bem conduzida...E por que o crente meditasse em lacrimoso silêncio, o Senhor concluiu:- A caridade é a chave que abre as portas do Céu, mas a educação é o grande caminho que conduz até ele...Foi então que o aprendiz leal voltou às obrigações que lhe competiam no mundo e consagrou o resto da existência ao serviço de educar-se, com o que passou a educar os outros com mais segurança.

do Livro: Relatos da Vida - Psicografia Francisco C. Xavier - Espírito Irmão X.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

A PEÇONHA DA LÍNGUA, ANTE OS TRÊS FILTROS SOCRÁTICOS


Jesus advertiu sobre a contaminação oriunda das substâncias que saem da boca humana. Quem promove a disseminação da maledicência, invoca o distúrbio para si mesmo. Por isso, urge vigiar e domar o vício do falatório, do comentário maldoso – por que não dizer: “fofoca”? Quem se afirme espírita, não pode esquecer que os censores do comportamento alheio acabam, quase sempre, praticando as mesmas ações censuradas.

Lamentamos o clima de comprovada invigilância deixada pelas peripécias do ânimo impiedoso dos caluniadores, com suas mentes doentias, sempre às voltas com a emissão impetuosa do fuxico generalizado. Confrades, esses, que engendram entusiasmos íntimos, ante as dificuldades e eventuais deslizes do próximo. Assestam a volúpia da detração, com acusações infames, de realidades que desconhecem em profundidade, sempre em direção das angústias e lutas íntimas dos que tentam se erguer de um erro cometido.

Comprazem-se no mexerico e na satisfação de verem um irmão sofrendo uma experiência mais difícil. Dissimulam, no velho chavão "vamos orar por eles!!", o aguçamento dos quesitos de suas perfídias.

Esquecem-se que o falatório induz à fascinação, secundando o desequilíbrio emocional, impelindo-os aos processos obsessórios. Muitos irmãos lhes são alvo de açodadas e contundentes críticas, onde os princípios evangélicos são arremessados para as calendas. Se praticassem o bem, escutariam, no recesso da consciência, a advertência inserta no cap. 1, versículo 26, de Tiago: “Se alguém cuida ser religioso e não refreia sua língua, sua religião é vã". (grifamos)

O Apóstolo dos gentios registra, aos romanos, a seguinte admoestação: “Sua garganta é um sepulcro aberto; com a sua língua trata enganosamente, peçonha de áspides está debaixo dos seus lábios.” (grifamos)

Certo orador, médium psicofônico, gostava de trabalhar em um determinado Centro. Realizava todas as suas tarefas doutrinárias com tal cuidado, com tal senso de responsabilidade, que não tardou ser eleito Dirigente de um Departamento da instituição. Novos desafios a vencer, algumas coisas para aprender, outras tantas para reformular... Ao final de uma etapa de trabalho, foi visitar o Presidente do Centro. Após breve diálogo, apresentou seu Relatório das atividades. O Presidente agradeceu e já ia abrindo, quando o novo Dirigente do Departamento começou a falar:

- Sr. Presidente, tenho que fazer algumas modificações na minha equipe de colaboradores, porque o Assistente que me indicaram, imagine o Sr, contaram-me...

Antes que terminasse a frase, o Presidente, lembrando o filósofo Sócrates, interrompeu:

- Espere um pouco, meu irmão. O que pretende me contar, já passou pelos três filtros?

- Filtros! Que filtros, Presidente?

- Primeiro, o filtro da VERDADE. Você tem certeza de que esse fato é, absolutamente, verdadeiro?

- Não, não tenho. Como posso saber? O que eu sei é o que me contaram. Mas eu acho muito grave que...

O Presidente interrompe novamente:

- Então, a sua história já perdeu substância, ou seja, não passou no primeiro filtro.

- É... mas...

- Vamos para o segundo filtro, que é o da BONDADE. O que você deseja me informar, traz algum benefício a alguém? Você gostaria que dissessem o mesmo a seu respeito?

- Claro que não, Presidente, Deus me livre! Nem poderiam falar uma coisa dessas de mim, que sou...

- Então, meu filho, sua história fica um pouco mais fraca, porque não passou no segundo filtro, por suas próprias palavras.

- Porém, ainda resta o terceiro filtro, que é o da NECESSIDADE. Você acha, mesmo, que há necessidade de me contar o que pretende? Esta história – que ignoro - sobre o seu Assistente, que é seu confrade de fé, seu companheiro de trabalho, merece ser comentada, ou você pretende conquistar público que o aplauda, ao comentá-la? Pense bem, meu caro. Uma vez tenha, eu, tomado ciência de algum fato que me obrigue a agir, visando o bem da Instituição e de todos, tenha certeza de que não hesitarei em tomar as providências cabíveis.

- Não!... Sr. Presidente, passando pelo crivo destes três filtros, concluo que nada sobra do que eu iria lhe falar, diz o Dirigente, surpreso consigo mesmo.

As pessoas seriam mais felizes se todas utilizassem esses três filtros, antes de divulgarem suas suspeitas a respeito de alguém. Antes de obedecerem ao impulso da difamação, reflitam, porque serão, inexoravelmente, reconhecidos desta forma, ou seja, como cruéis difamadores.

Quando não filtramos nosso parecer a respeito do próximo, é evidente que os elementos psíquicos que verbalizamos são potencialidades que atuam contra nós mesmos. Do campo mental aos lábios, podemos manter absoluto controle. Um pensamento negativo pode ser substituído, de imediato, ao passo que a palavra solta é sempre um instrumento ativo em circulação. Não se pode, nesse contexto, compreender uma atitude espírita conivente com um comportamento que é atentatório ao conteúdo moral do Espiritismo.

Aos devotos da fuxicaria contumaz, os impertinentes ajuizadores de valores morais alheios, atentemos para uma lição de Chico Xavier: “Numa viagem de mil quilômetros, não nos podemos considerar vitoriosos senão depois de chegarmos à meta almejada, porque nos dez últimos metros, a ponte que nos liga ao ponto de segurança pode estar caída e não atingiremos o local para onde nos dirigimos.”

Finalmente, não esqueçamos que a palavra constrói ou destrói facilmente e, em segundos, estabelece, por vezes, resultados gravíssimos para séculos.

Jorge Hessen (20.06.06)
E-Mail: jorgehessen@gmail.com
Site: http://jorgehessen.net

domingo, 2 de novembro de 2008

O ESPIRITISMO VEIO PARA O POVO COM ELE DIALOGAR


Quando pensamos nos milhares de espíritas de pouca cultura, humildes e materialmente pobres, porém verdadeiros vanguardeiros da Terceira Revelação; quando imaginamos que o edifício doutrinário se mantém firme em face do amor desses lídimos baluartes do Evangelho, impossível não nos entristecermos quando se trombeteia em nossas hostes os excesso de consagração das elites culturais.

“A presença do elitismo nas atividades doutrinárias (...) vai expondo-nos a dogmatização dos conceitos espíritas na forma do Espiritismo para pobres, para ricos, para intelectuais, para incultos(...)”(1)

Chico Xavier já advertia em 1977, “É preciso fugir da tendência à ‘elitização’ no seio do movimento espírita(...)o Espiritismo veio para o povo. É indispensável que estudemo-lo junto com as massas mais humildes social e intelectualmente falando e deles nos aproximarmos(...)Se não nos precavermos, daqui a pouco estaremos em nossas casas espíritas apenas falando e explicando o Evangelho de Cristo, às pessoas laureadas por títulos acadêmicos ou intelectuais(...)” (2)

Acompanhamos com muita reserva o surgimento de várias associações de: jornalistas, psicólogos, pedagogos, escritores, magistrados, médicos. Esse espírito corporativista é inaceitável sob a ótica cristã. Aliás, corporações essas que promovem elegantes eventos (quase sempre cobrando-se taxas de inscrição) para aguçar a vaidade de alguns confrades que não perdem a oportunidade de atrair para si os holofotes da “fama”.

Os eventos gratuitos devem ser realizados, obviamente, porém urge considerar que esses simpósios sejam estruturados sobre programação aberta a todos e de interesse da doutrina, não para ser uma ribalta de competição para intelectuais com titulação acadêmica, como um “passaporte” para traduzirem “melhor” os conceitos kardecianos.

Caso contrário, consigna o editorialista da Revista O Espírita, “Chico Xavier, Divaldo Franco, tanto quanto no passado Lèon Denis, que era caixeiro-viajante, não poderiam participar desses conclaves, sob pena de se sentirem desambientados e constrangidos, por não terem titulação conferida pelas universidades do mundo. Para não falarmos do próprio Cristo, que não passou da condição de modesto carpinteiro”.(3)

Sinceramente, não conseguimos compreender o Espiritismo, sem Jesus e sem Kardec para todos, com todos e ao alcance de todos, a fim de que o projeto da Terceira Revelação alcance os fins a que se propõe.

É ainda Chico Xavier que ensina: “Por mais respeitáveis os títulos acadêmicos que detenhamos, não hesitemos em nos confundir na multidão para aprender a viver, com ela, a grande mensagem. (...)”. (4)

Reenfatizamos as admoestações de Chico Xavier, “Precisamos conversar desapaixonadamente sobre o nosso movimento. É preciso que nós, os espíritas, compreendamos que não podemos nos distanciar do povo. É preciso fugir da tendência à "elitização" no seio do movimento espírita. É necessário que os dirigentes espíritas, principalmente os ligados aos órgãos unificadores, (5) compreendam e sintam que o Espiritismo veio para o povo e com ele dialogar. É indispensável que estudemos a Doutrina Espírita junto com as massas, que amemos a todos os companheiros, mas sobretudo, aos espíritas mais humildes social e intelectualmente falando e deles nos aproximarmos com real espírito de compreensão e fraternidade. Se não nos precavermos, daqui a pouco estaremos em nossas casas espíritas apenas falando e explicando o Evangelho de Cristo às pessoas laureadas por títulos acadêmicos ou intelectuais e confrades de posição social mais elevada. Mais do que justo evitarmos isso, a "elitização" no Espiritismo, isto é, a formação do "espírito de cúpula", com evocação de infalibilidade, em nossas organizações”.(6)

Portanto, devemos buscar pela simplicidade doutrinária evitar tudo aquilo que lembre castas, discriminações, evidências individuais, privilégios injustificáveis, imunidades, prioridades. Que repensemos as associações de profissionais A,B,C...

Aliás, amigo leitor, você conhece alguma associação espírita de carpinteiros, marceneiros, lavadeiras, passadeiras, garis, pedreiros, serventes?

Jorge Hessen - (24.02.06)
E-Mail: jorgehessen@gmail.com
Site: http://jorgehessen.net

FONTES:
1- Editorial da Revista O Espírita, ano 11 numero 57-jan/mar/90.
2- Entrevista concedida ao Dr. Jarbas Leone Varanda e publicada no jornal uberabense O Triângulo Espírita, de 20 de março de 1977, e publicada no Livro intitulado Encontro no Tempo, org. Hércio M.C. Arantes, Editora IDE/SP/1979.
3- Editorial da Revista O Espírita, ano 11 numero 57-jan/mar/90.
4- Cf. Entrevista concedida ao Dr. Jarbas Leone Varanda e publicada no jornal uberabense O Triângulo Espírita, de 20 de março de 1977, e publicada no Livro intitulado Encontro no Tempo, org. Hércio M.C. Arantes, Editora IDE/SP/1979.
5- Fazemos uma justa ressalva para preservar a Federação Espírita Brasileira, que tem orientado de forma grandiosa como as federativas estaduais devem proceder. Lamentavelmente essas que se perdem muitas vezes nos labirintos das promoções de shows de elitismo. Patrocinam eventos para espíritas endinheirados, e cobram taxas e se perdem na sua tarefa unificacionista. Conhecemos federativa que chega a gastar R$. 100.000,00 (cem mil reais) para promover evento para 5.000(cinco mil) pessoas como se o Espiritismo necessitasse desses eventos “grandiosos”. Precisamos retornar à simplicidade doutrinaria, conforme nos advertiu Bezerra de Menezes através de Ivone Pereira.
6- Idem

FINADOS


" O dia de Finados não tem origem em ensinamentos dos Espíritos. Derivou da festa católico – romana de 1º de novembro – "Dia de todos os santos". Quando da destruição dos templos pagãos, em Roma, um entre todos foi poupado, porque constituía obra –prima de arquitetura e riqueza. Construído por Marco Agripa, denominava-se – Panteão e nele, a 1º de novembro, era celebrada, pelos pagãos, com excessos, a "festa de todos os deuses". O Papa Bonifácio IV obteve-o, por doação do Imperador Focas e fê-lo purificar, recolhendo a ele os tesouros e despojos mortais das catacumbas dos cristãos e consagrou-o a Santa Maria dos Mártires. Nesse templo (que estivera fechado durante dois séculos) Gregório IV, em 835, instituiu em antítese, a "festa de todos os santos", em homenagem aos santos que não tinham culto em dia destacado no calendário, universalizada depois para todo o orbe católico. Mas, para que não ficassem esquecidos ante Deus os fiéis da Igreja e os pecadores, foi estabelecido que no dia seguinte, 2 de novembro, se fizessem no templo orações em intenção desses mortos.

Só em 998, dez séculos depois do Cristo, o Abade da Ordem dos Beneditinos, em Cluny, instituiu, em todos os mosteiros da Ordem, na França, a "comemoração dos mortos", o "dia de finados", nesse 2 de novembro, culto que a Santa Sé aplaudiu e oficializou para todo o Ocidente. Assim foi o mundo profano levado a cultuar os seus mortos (outrora enterrados nas igrejas e em "campo santo") num dia determinado, quiçá na ingênua, ilusória esperança de que os Espíritos desencarnados fruiriam venturas celestiais, recebendo, nas covas das necrópoles, as flores e as luzes das velas, que, não raro, exalam hipocrisia e iluminam as trevas das maldades e rancores de quem as acende. O tempo decerto conseguirá esculpir nos corações o ensinamento dos mestres da espiritualidade, fazendo com que as criaturas regressem à sincera e modesta maneira de encarar e reverenciar o nascimento e o decesso dos seres na face da Terra, práticas desvirtuadas pelas deturpações dos interessados e dos ignorantes. Os antigos tinham intuição ou ensinamentos bem mais aproximados do verdadeiro modo de interpretar o sentido da vida e da morte dos seres humanos.

Heródoto (o denominado – Pai da História) diz que, na Trácia remota (território cujas fronteiras estão hodiernamente diluídas numa das províncias da Turquia), o nascimento de uma criança reunia a família em torno do berço para, por entre lágrimas e tristeza, lamentar as provações a que viera o recém-nascido; enquanto que o falecimento de um ente querido era saudado jubilosamente, na antevisão de que o Espírito liberto iria fruir as venturas e galardões do Além.
O Espiritismo contemporâneo veio encontrar o automatismo dos costumes e estipulações seitistas, consuetudinárias, que obscurecem de algum modo o lídimo sentido espiritual da vida e da morte; mas, suavemente, sem contundir a sinceridade dos que ainda não evoluíram para a integral espiritualidade, irá encaminhando as Almas para a verdadeira comunhão com os chamados mortos.

Não está nos cemitérios o mundo dos Espíritos. Ali apenas podem permanecer transitoriamente os cegos desesperados, cujo passamento não os pôde desligar da matéria em decomposição. Fora dali, no indefinível templo do nosso coração é onde devemos orar pela paz e pelo esclarecimento dos Espíritos liberados do corpo. Mas, principalmente, pelos sofredores. Os Espíritos de Luz, aqueles que misericordiosamente, ajudam os grilhetas da Terra, descem pela escada espiritual das nossas preces, dos nossos pensamentos de abnegada solidariedade com os chagados da alma, que gemem nos ergástulos da dor e do remorso, com os surdos e cegos, que ainda não ouviram, nem lobrigaram as harmonias iluminadas da Verdade que as "vozes do silêncio" entoam para glória de Deus e bênção dos arrependimentos. Em cada dia da existência, nas horas de recolhimento, oremos pelos tristes, pelos abandonados que, na desolada noite de sua provação, não conheceram amor, carinho, consolo, bálsamo para as suas dores de alma.

Deixemos os cemitérios onde se dissociam as moléculas da carcaça humana, e pensemos no Mundo do Alto, de onde tudo vem para a Terra e aonde sobem, de regresso, as refrações de todos os diferentes mundos dispersos no Infinito.
Espiritualizemos os estágios da existência terrena, mantendo o recôndito do nosso ser em ressonância com o mundo espiritual de amanhã, vivendo em harmonia com os imperativos naturais da matéria, conservando, porém, o Espírito alertado para a devida obediência às leis que regem, nas trajetórias das vidas sucessivas.

Ante a morte do corpo, não nos impressionemos com o fogo-fátuo, que é luz da matéria e que não pode ficar dentro da cova; busquemos o santelmo, Luz do Alto, que se acende no cimo dos mastaréus, na vastidão dos mares, com as fosforescências que têm contato nas rutilâncias das claridades celestiais.
Não façamos treva onde a vida se ilumina; não choremos ante o corpo inerte, porque o Espírito se está movendo no júbilo da libertação. Os espíritas não podem esquecer o simbólico ensinamento do Mestre: "...deixai que os mortos enterrem seus mortos" (Mateus, 8:22).

A comemoração que, rotineiramente, se celebra, a dois de novembro, deve ser substituída pela permanente comemoração dos - vivos verdadeiros- porque a noite da morte do corpo é a alvorada esplêndida do Espírito, despido da negra libré do cárcere, imergindo nas suaves, eternas claridades da aurora redentora.

sábado, 1 de novembro de 2008

ANIVERSARIANTES DO MÊS DE NOVEMBRO

Albino A.C. Novaes 02
Leda Lima 03
Andy Sans 04
Dandinha 14
Ruy N. Barbosa 19
Lucia Virginia Barbosa (Amigona) 25
Hermes 25
FELIZ ANIVERSÁRIO
Mais um ano transcorre
ao longo desta maravilhosa estrada,
a estrada da vida
alguns espinhos, pedras ao longo da caminho,
também flores e carinho

Mais um ano de experiências
Mais uma etapa do aprendizado
a cada dia um ensinamento.
A cada passo, crescimento
modificações internas, externas
Evolução da alma

Parabéns companheiros
uma etapa a mais no livro da
atual encarnação
sempre de cabeça erguida
fiel aos princípios. desígnios
do NOSSO PAI MAIOR.

Que JESUS os abençõe sempre
e muitos mais anos ainda
se acrescentem.
Feliz Aniversário!

EssenciaDeAmor
Madruagada que escreve, 01/11 2008 às 4:50 hs